A CRISE EUROPEIA I
A Europa, nas últimas três
décadas, aprofundou seu grau de dependência dos EUA, aprofundou sua
desindustrialização e, com a guerra na Ucrânia, caminha a passos largos rumo a
falência completa. Falo da insanidade das elites europeias que aceitaram as
imposições dos EUA e aderiram às sanções contra a Rússia e a pressão contra a
China.
De uma só tacada a Europa abriu mão:
-
Da energia a baixo custo oriunda da Rússia, fundamental para a
indústria. As estimativas variam entre 4 a 7 vezes pegos hoje pela Europa do
gás e petróleo vindo dos EUA, sem falar na infraestrutura necessária para
receber esses recursos. Com isso, os custos de produção na Europa aumentaram
absurdamente, levando a uma crise que se verifica no fechamento de muitas
empresas e na queda dos lucros de gigantes europeias como a Wolksvagem, BMW e
outras. Junte-se a isso as tarifas e sanções, e o custo de produzir veículos na
Europa vem se tornando proibitivos. O resultado de tudo isso vem sendo uma
lenta, mas constante, perda competitividade do mercado europeu como um todo.
- O mercado chinês é extremamente
importante, pense, 1.3 bilhão de pessoas. Não só é muita gente, mas uma
economia cada vez mais rica, prospera, e com a intenção deliberada de elevar o
padrão de vida da população para um nível cada vez maior. Ao contrário do senso
comum no Ocidente, o trabalhador na China vem sendo cada vez mais bem
remunerado. O que explica a redução de custos, que faz com que a China consiga
produzir muito e a baixo custo, é a intensa transformação tecnológica, a
altíssima especialização do operário Chinês e as políticas do governo chinês
que vem se esforçando e trabalhando para ampliar, criar, renovar as condições
que permitem acelerar a capacidade produtiva do país.
Recentemente a representante da
Europa, Kaja Kalla esteve com o primeiro ministro chinês, Wang Yi. E o que fez
essa senhora? Passou meia hora dando lições à China sobre sua sociedade e sua
política. É uma completa sem noção. Wang Yi, um dos melhores diplomatas do
mundo, teve que ouvir um monte de platitudes e coisas sem sentido. Parece que
além da crise econômica, a Europa sobre de demência, falta de massa cinzenta,
capacidade de análise e senso de realidade, isso com raras exceções como a
Hungria, que mantem uma relação intensa com a China.
O mercado chinês representa para
Europa, um acesso a uma mão de obra qualificada e ainda com um custo menor do
que o custo europeu. Também é um mercado ótimo para aquisição de mercadorias
mais baratas e um mercado de componentes vantajoso para a indústria
europeia. Enfim, a Europa precisa muito
maias da China que a China da Europa. O que a Europa ainda tem de atraente para
a China ou qualquer outro país é, por enquanto, uma classe média que ainda pode
gastar, turismo, queijos e vinhos. E só, não tem mais nada ali que seja
relevante, nem mesmo para os países africanos que estão expulsando os europeus
de se território.
No entanto a elite europeia vive
nesse jardim do Borreu (ex ministro das relações exteriorizes da OTAN), segundo
o qual a Europa é o paraíso e o resto do mundo o inferno.
Vou encerrar com um raro momento de realismo.
“E o que realmente me preocupa, e admito, me
incomoda, é o fato de que nós, europeus, atualmente não desempenhamos no mundo
o papel que realmente queremos desempenhar e que deveríamos desempenhar para
que nossos interesses sejam devidamente protegidos. ”
Merz (primeiro ministro da Alemanha).
REFERÊNCIAS





