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segunda-feira, 6 de outubro de 2025

A CRISE EUROPEIA II

 A CRISE EUROPEIA II

 

Pense comigo. De onde vem a riqueza da Europa?

Os caras não produzem diamantes, são péssimos no ouro, no petróleo, no gás, nas terras raras, e, no entanto, a França é o sétimo produtor mundial de ouro. De ode vem esse ouro? Cai do céu? São frutos de doações generosas de outras nações?

Não. Essa posição da França é fruto da exploração de suas antigas colônias/ neocolônias atuais notadamente situadas na África. De lá sai ouro e outros minerais valiosos que contribuem para a aparência, cada vez mais aparecia de riqueza e poder dos europeus.

Veja. Enquanto os impérios coloniais europeus sugaram a Ásia, África e América Latina, foi possível posar de grande, de superpotência de “lugar onde o sol nunca se põe“.

No entanto, o desenvolvimento econômico social político nessas regiões vem alterando significativamente essa situação.

- Em primeiro lugar a Ásia cresceu e apareceu. Claro a estrela da festa é a China, mas Malásia, Vietnam, Singapura, Indonésia, Coreia do Sul, Japão e outras régios do continente desenvolveram-se muito inclusive em termos de tecnologias de ponta.  Não são mais um foco de exploração livre dos países europeus, nem mesmo dos EUA.

- Em segundo lugar a África vem conhecendo um movimento de renascimento da construção de um novo sentido da libertação do jugo colonial. Mesmo com as independências dos anos 50, 60 a estrutura colonial não se rompeu completamente, esquemas neocoloniais continuam fortemente enraizados no continente. Até por conta disso, vários países africanos vêm expulsando a presença física de europeus do continente. Notadamente os países do Sahel vem expulsando tropas francesas desarticuladas bases militares francesas e rompendo seus últimos laços de dependência com a França. Recentemente foi o Senegal que deu prazo até 30 de setembro para a s tropas francesas deixarem o país.

- Em terceiro lugar a presença europeia na América Latina e Central foi completamente obliterada pelos Estados Unidos desde fins do século XIX, processo consolidado no século XX.

- Em quarto lugar o Oriente Médio (Ásia central para ser correto). No início do século XX era uma festa, petróleo abundante e barato. Bastava comprar algumas famílias monárquicas árabes e persas e fazer a festa. Claro aqui e ali era preciso instigar ou alimentar divergências religiosas sociais o que fosse para evitar unidade de proposito e desenvolvimento autônomo desses povos, ao mesmo tempo, perfurar, perfurar poços e encher a pança de petróleo barato. Com o tempo vem os problemas. Os árabes foram ficando mais “espertos” quanto a exploração comercialização do petróleo, agruparam-se na OPEP. Para completar os iranianos meteram na cabeça que o petróleo deles era de fato deles. E mais, meteram na cabeça que deveriam assumir a produção e comercialização do SEU petróleo (a revolução islâmica no Irã). Daí a solução mágica foi armar o Iraque e convencê-lo de que era uma muito BOA ideia se meter numa guerra destrutiva com o Irã.


Bom para não alongar o texto, sugiro que você passe os olhos na produção dos tink thanks da época, você sabe os tink thanks atlanticistas, esses centros de produção do "Saber Ocidental", posso resumir para você dizendo que esses geniais senhores trabalhavam com a ideia de controlar toda a produção de petróleo do Oriente Médio, seja por subordinação, seja por destruição dos que resistiram      

A CRISE EUROPEIA I

 A CRISE EUROPEIA I

A Europa, nas últimas três décadas, aprofundou seu grau de dependência dos EUA, aprofundou sua desindustrialização e, com a guerra na Ucrânia, caminha a passos largos rumo a falência completa. Falo da insanidade das elites europeias que aceitaram as imposições dos EUA e aderiram às sanções contra a Rússia e a pressão contra a China.

De uma só tacada a Europa abriu mão:

Mapa da Europa

-  Da energia a baixo custo oriunda da Rússia, fundamental para a indústria. As estimativas variam entre 4 a 7 vezes pegos hoje pela Europa do gás e petróleo vindo dos EUA, sem falar na infraestrutura necessária para receber esses recursos. Com isso, os custos de produção na Europa aumentaram absurdamente, levando a uma crise que se verifica no fechamento de muitas empresas e na queda dos lucros de gigantes europeias como a Wolksvagem, BMW e outras. Junte-se a isso as tarifas e sanções, e o custo de produzir veículos na Europa vem se tornando proibitivos. O resultado de tudo isso vem sendo uma lenta, mas constante, perda competitividade do mercado europeu como um todo.

- O mercado chinês é extremamente importante, pense, 1.3 bilhão de pessoas. Não só é muita gente, mas uma economia cada vez mais rica, prospera, e com a intenção deliberada de elevar o padrão de vida da população para um nível cada vez maior. Ao contrário do senso comum no Ocidente, o trabalhador na China vem sendo cada vez mais bem remunerado. O que explica a redução de custos, que faz com que a China consiga produzir muito e a baixo custo, é a intensa transformação tecnológica, a altíssima especialização do operário Chinês e as políticas do governo chinês que vem se esforçando e trabalhando para ampliar, criar, renovar as condições que permitem acelerar a capacidade produtiva do país.

Recentemente a representante da Europa, Kaja Kalla esteve com o primeiro ministro chinês, Wang Yi. E o que fez essa senhora? Passou meia hora dando lições à China sobre sua sociedade e sua política. É uma completa sem noção. Wang Yi, um dos melhores diplomatas do mundo, teve que ouvir um monte de platitudes e coisas sem sentido. Parece que além da crise econômica, a Europa sobre de demência, falta de massa cinzenta, capacidade de análise e senso de realidade, isso com raras exceções como a Hungria, que mantem uma relação intensa com a China.

O mercado chinês representa para Europa, um acesso a uma mão de obra qualificada e ainda com um custo menor do que o custo europeu. Também é um mercado ótimo para aquisição de mercadorias mais baratas e um mercado de componentes vantajoso para a indústria europeia.  Enfim, a Europa precisa muito maias da China que a China da Europa. O que a Europa ainda tem de atraente para a China ou qualquer outro país é, por enquanto, uma classe média que ainda pode gastar, turismo, queijos e vinhos. E só, não tem mais nada ali que seja relevante, nem mesmo para os países africanos que estão expulsando os europeus de se território.

No entanto a elite europeia vive nesse jardim do Borreu (ex ministro das relações exteriorizes da OTAN), segundo o qual a Europa é o paraíso e o resto do mundo o inferno.    

Vou encerrar com um raro momento de realismo.

“E o que realmente me preocupa, e admito, me incomoda, é o fato de que nós, europeus, atualmente não desempenhamos no mundo o papel que realmente queremos desempenhar e que deveríamos desempenhar para que nossos interesses sejam devidamente protegidos. ”

Merz (primeiro ministro da Alemanha).


REFERÊNCIAS 

Michael Hudson

Richard Wolff

  Alastair Crooke – Esperando por imagens de submissão abjeta que não aparecem A questão é que, nos círculos de Trump de hoje, não só não há...