quinta-feira, 9 de outubro de 2025

CRISE EUROPEIA IV

 Crise da Europa IV: O desafio militar

 

Durante a polemica dos drones sobre a Polônia, um ministro polonês disse “ Vá você para a Ucrânia”. A frase foi dita num contexto de pressão dos outros “amigos” da coalização dos indispostos (dispostos). Os amigos cobravam uma ação mais efetiva da Polônia, incluindo o comprometimento em enviar tropas para um lugar chamado Ucrânia.

Sobre o incidente dos drones:

- 19 drones penetraram o território polonês;

- Fotos e relatos dos locais dão conta de que não se tratou de um ataque russo;

- As poucas imagens que apareceram nas redes sócias mostram pedaços de drones colados com esparadrapos, ou seja, montados rudemente, e com características de drones iscas e não drones de ataque;

- Dos 19 drones, só 4 foram abatidos, os demais caíram em território polonês;  

 

Consequências e versões:

 

1  A Polônia abriu uma investigação formal;

2 Várias autoridades polonesas espalharam a suspeita de ataque russo, logo divulgadas amplamente pela mídia oficial ocidental, por todo o Otanistão;

3 A medida em que a hipótese de ataque russo se enfraquecia, por exemplo um cidadão local à a casa que teve o telhado arrancado, afirma que o tal telhado já tinha sido arrancado por uma tempestade no mês anterior, a linha oficial na Polônia foi mudando para um possível ataque da Bielorrússia até que veio à tona a informação de que autoridades bielorrussas tinham avisado Varsóvia sobre os drones. Nesse ponto tá tudo muito confuso.

4 A Polônia está usando o episódio para arrancar mais dinheiro de Bruxelas, enfatizando a necessidade de proteger a fronteira. 

5 Uma versão de origem polonesa da conta que a Ucrânia está usando de bandeira falsa para atrair a OTAN e os EUA para a guerra. Explicando: A Polônia é um país da OTAN. Uma agressão à Polônia poderia levar a entrada formal da OTAN na guerra com envio de tropas. Claro a OTAN está plenamente fazendo parte do conflito, só não assume formalmente, temendo o ataque russo.

A Europa não conseguiu seque deter um ataque de drones iscas que acabaram caindo em território polonês, que só se deu conta do que estava ocorrendo porque a Bielorrússia avisou.

Isso diz muito sobre as capacidades militares da OTAN.

Depois da Segunda Guerra Mundial a Europa estava arrasada economicamente, militarmente. Os EUA financiaram a reconstrução europeia não gratuitamente. Além do custo financeiro, da presença maciça das empresas americanas na Europa, ocorreu também ocupação militar. Os EUA   encheram a Europa Ocidental de bases militares. A Alemanha em especial é uma grande base americana, são dezenas de bases americanas só no território alemão. Os misseis nucleares na Alemanha são dos EUA.   

O resultado é que a Europa não tem exércitos fortes, tecnologia militar de ponta e está muito atrasada na tecnologia de misseis. Só existem três nações com a tríade nuclear: Rússia, EUA e China. A tríade nuclear se caracteriza por ter o poder de fazer um ataque nuclear por água, terra e ar. A França tem alguma capacidade nuclear, a Inglaterra um pouco menos e a Alemanha nenhuma.

O tamanho dos exércitos e sua prontidão de batalha dos exércitos europeus são ridículos perto dos concorrentes maiores. O segundo exército da OTAN é o turco e a Polônia anunciou recentemente a intenção de ser o segundo, sendo os EUA o primeiro, claro. A Alemanha também vem anunciando a pretensão de se tornar esse segundo exército da OTAN e primeiro na Europa Agora, se falamos em divergências no campo do BRICS, e na OCX, não se pode ignorar que a Europa é também profundamente dividida. Se os EUA se afastar da Europa como pretende Trump, a União europeia e sobretudo a OTAN, se esfacelariam em instantes e teríamos um cenário extremamente volátil, com a divisão da Europa em blocos que já estão se formando. Os Estados bálticos formariam o bloco, aliás já estão formando um bloco dentro da OTAN. O centro provavelmente se juntariam (já existe acordo Reino Unido França), A península Ibérica tende a se juntar, talvez com adesão da Itália. Os Estados do leste tenderiam a formar outro bloco.

Por tudo isso, a ideia de uma Europa se preparando para uma guerra contra a Rússia é simplesmente ridícula.   Para terem alguma chance é fundamental segurar os EUA na OTAN, daí o servilismo europeu, daí “o papai Trump”.

Uma comparação muito como entre analistas militares dão conta de outra diferença grave. A capacidade russa de produção é enormemente superior a da Europa. A Europa se desindustrializou muito enquanto a Rússia vem aquecendo sua produção industrial e está com a produção a todo vapor em função do conflito com a Ucrânia.

No entanto, o discurso de a Rússia é um inimigo, opera em várias frentes. Na frente eleitoral, serve para tentar salvar governos liberais sem nenhuma legitimidade como Starmer (Inglaterra), Macron (França) Merz (Alemanha). Serve aos mesmos governos para sua política de rearmamento. É preciso justificar, perante a opinião pública, porque não vão gastar com saúde, educação, segurança, melhorias salariais, moradia porque vão engordar os cofres das empresas de defesa e a proteção dos lucros dos ricos.   

 

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