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terça-feira, 10 de setembro de 2024

BRASIL: DUAS CRISES E SEUS DILEMAS

 

  ATO I

A saída defenestrada do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, encerra um capítulo vergonhoso do atual governo Lula. O mundo assistindo a um genocídio ao vivo, 24/7, realizado pelo Estado bandido, assassino, racista, fascista de Israel, e o ministro de um país, cujo governo se arvora progressista, expressa sua cumplicidade pela omissão vergonhosa e injustificada. Bela frase não torna alguém interessante, e o palavreado versus as ações do ministro, mostram isso.  De resto confirma a ideia de que não se deve julgar o homem pelo que ele diz de si, ou pela imagem que projeta. Se você professa crença inabalável nos ideais humanistas não pode ter conta si denúncias de assédio moral contra funcionários e muito menos, de assédio sexual. Assim um balanço preliminar da atuação do ministro desfaz os mitos que se criaram em torno dele.

Quanto a ministra da Igualdade Racial, nada fez que justificasse a criação do seu ministério, muito barulho com ações muito afirmativas como usar avião do governo para vaiar e ironizar torcida adversária, enquanto a violência contra a população pobre e negra grassa os estados brasileiros com uma polícia e governos estaduais sancionando a violência gratuita contra os irmãos.

A condução dos casos envolvendo o ministro e a ministra mostra a falência do discurso de compromisso com a questão racial e o combate aos abusos contra as mulheres no governo. Os fatos vieram à tona agora, mas já eram de conhecimento, segundo tudo o que se pública e não se desmente, há pelo menos um ano.

Isso quer dizer: zero regras de conduta, zero prevenção de crise, muito blá blá blá sobre nossas diferenças nessas questões em relação aos conservadores. Em nossa opinião, todo conservador é um hipócrita, pelos menos ainda não vimos uma exceção, mas essa crise mostra que também entre nós, da esquerda, tem muita hipocrisia.

Um julgamento definitivo do ministro no que se refere a sua conduta pessoal aguarda o esclarecimento dos fatos, com as devidas apresentações de provas, bem como o esclarecimento sobre os fatos que deverão ser prestadas pela ministra. Mas, quanto a ação política dos dois nos ministérios, nada menos do que decepcionante. Faltou ser de esquerda.

 

ATO II

 

Sete de setembro. A extrema direita convocou um ato cercado de dúvidas que se confirmaram. Primeiro não bombou como se supunha, o esforço para apresentar o ato do dia sete como vitorioso, só funcionou mal e mal entre as hostes extremistas.

Fatos que evidenciaram algumas suposições:


1 – Bolsonaro, com seu habitual tato político e clareza de pensamento, vociferou: “Arranquem a bateria desse carro”.  Segundo ele, só o grupo dele estava ali para defender coisas serias, o resto é balburdia, etc etc.  O resto, ao qual o inominável se referia eram Pablo Maçal, seu calo mais novo e/ou o antigo calo, Carla Z.

2 – Pablo Maçal, precisamos falar de Pablo Maçal. Maçal aparece, estrategicame
nte, no final do ato, na fala do inominável, onde mais ele poderia chamar a atenção, no meio da massa, acenando, agitando a galera. Maçal teria tentado subir no palco, mas foi barrado por Mala Vaia e taxado de oportunista.

3 – Uma hierarquia foi evidenciada. No palco principal a família e convidados, o resto é segunda divisão. O que ficou evidente na fala de Carla Z, ao se referir à Dallagnol. Segundo ela, injustiçado até por quem deveria apoia-lo.

4 – Ricardo Nunes é oficialmente apoiado por Bolsonaro, pois bem. Nunes simplesmente compôs o palanque principal, em sua cidade. Não teve fala, nem sequer foi anunciado. Apenas uma vaca no presépio.  

Por fim, a extrema direita está abalada com o fenômeno Pablo Maçal e,
claramente cindida. Resta saber como irá se reagrupar para disputar 2026. No estágio atual, Maçal ameaça por de lado, o projeto Tarcísio 2026, tal a desenvoltura desse ... “rapaz”.

 

Em conclusão, de novo ele, Pablo Maçal. Maçal hoje não só divide aguas em seu campo, mas abala a esquerda. Maçal desafia a esquerda a ser esquerda, a sair do liberalismo modorrento, sem graça e sem apelo, no qual se meteu.

A julgar pelas ações do governo atual nos campos econômico, política externa e política institucional, os trabalhadores do Brasil precisarão de uma nova esquerda radical. Urge começar um trabalho de organização da classe trabalhadora no sentido da construção de uma sociedade socialista. O apelo à Maçal, de parte de nossa juventude, evidencia um desejo latente por mudanças, quaisquer mudanças que signifique romper com tudo que está aí.     

Isso está evidenciado nas eleições estaduais na Alemanha, onde a extrema direita e a esquerda um pouquinho só esquerda, esquerda, foram as duas forças políticas que mais chamaram a atenção das pessoas. Também na França, onde a França Insubmissa e Le Pen botaram os liberais de quatro. França, aliás, onde toda a hipocrisia das democracias liberais esta escancarada, com o golpe de Macron.    

Viva Chaves, Viva Bolivar!

quarta-feira, 7 de junho de 2023

A ACERTADA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA

 

A ACERTADA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA

 

 

 

O Governo Lula, mais especificamente o próprio presidente Lula, acertadamente construiu, em tempo ágil, uma cúpula sul americana da maior importância.

A cimeira reuniu os chefes de estado de todos os países sul-americanos num momento singular da geopolítica internacional.

Com esse evento, Lula põe o subcontinente na crista da onda, dá um F5 na América do Sul, observando sagazmente o movimento em curso no mundo.

Que movimento é esse? A reorganização geopolítica do mundo rumo a formação de blocos regionais fortes.

Apenas para ficar no obvio: na Ásia, temos a ANSEAN, que reúne as nações do Sudeste da Ásia, UA União Africana, a SCO Organização para a cooperação de Xangai, a UEE União Econômica Eurasiática, a EU União Europeia etc.

No âmbito da América do Sul só tínhamos o Mercosul depois veio Unasul, mais antiga a Comunidade Andina, em 1998 é formada a ACTO Organização do Tratado de Cooperação Amazônica. As inúmeras dificuldades dos países sul americanos bem como a diversidade, a intervenção constante do imperialismo dificultou o funcionamento dessas iniciativas em vários níveis, inclusive com a infame dívida eterna a que muitos no subcontinente estão submetidos.

Dai a importância da iniciativa de Lula. Ela se coloca num momento de crise e tensões no centro do sistema. O grande Hegemon encontra-se atolado na Ucrânia, um atoleiro auto infligido, com volumes absurdos de recursos, a pauperização da Europa e a derrota cada dia mais evidente da OTAN frente ao exército russo.

De outro lado temos a emergência de novos centros de poder, notadamente o acentuado pêndulo do poder econômico em direção a Ásia com a China ultrapassando os EUA em várias áreas e a EURASIA, com a liderança da Rússia.

 

As possibilidades abertas à América do Sul

 

Esse cenário cria uma oportunidade única para nós, sul americanos, de avançarmos na construção de uma sociedade melhor.

O subcontinente americano é rico em recursos naturais petróleo, áreas agrícolas, um setor agroexportador bastante avançado. Temos algumas das maiores reservas de lítio conhecidas do planeta. Além do ouro, cobre e prata explorados desde os tempos coloniais temos grandes reservas de ferro, diamante, chumbo, zinco, manganês, estanho bauxita e gás natural. Recentemente o México propôs aos países da região a   criação de uma espécie de OPEP do lítio.

Contamos ainda com cerca de 12% da superfície terrestre e 6% da população global. Somos banhados pelo Mar do Caribe e pelos oceanos Pacifico e Atlântico               

 

O subcontinente tem assim objetivamente condições de formar um bloco econômico forte o suficiente para se tornar um player mundial. A iniciativa do presidente Lula baseia-se muito nessa crença. Numa percepção de que, sim temos enormes problemas, mas ao mesmo tempo temos enormes possibilidades.

 Nossos eternos dilemas

Apesar das condições objetivas, o subcontinente encontra-se enterrado sob a esfera de influência dos EUA. Resulta disso burguesias clientes do capital norte americano que, com aprofundamento do domínio do capital rentista nos EUA, se submetem a essa lógica depreciando sua industrialização.

Os EUA atuaram ativamente na região financiando, influenciando, fomentando partidos políticos que, uma vez no poder, implementam uma lógica de desmonte do Estado de privatizações de grandes empresas chaves dos serviços básicos à população.

O efeito dessa lógica deleitaria na região são o aumento da pobreza, as dificuldades de acesso a serviços básicos. As empresas públicas objeto de privatizações são adquiridas por fundos de investimento, bancos e outras empresas multinacionais a preços depreciados

Resulta daí que nossa direita e ultradireita é, essencialmente e contraditoriamente entreguista. Abusam dos símbolos nacionais, juram amores a pátria, mas entrega o patrimônio nacional a preço de banana e em desfavor das suas populações.  

No entanto, em momentos como a atual onde emergem governo progressistas nos principais países da região renascem as esperanças de que uma articulação regional possa atuar na superação dos enormes problemas das populações mais pobres, articular políticas econômicas de incentivo ao desenvolvimento de uma

economia regional voltada para o desenvolvimento e incremento de uma produção industrial, para a autossuficiência alimentar, uma indústria naval própria e, em perspectiva, segurança militar na região.

 

Essa é a dimensão da iniciativa do governo Lula e sua visão das possiblidades abertas ao subcontinente sul americano.          

 

 

Isaias Jose de Almeida Neto

Pós-graduado em História do Brasil

Professor Aposentado redes públicas e privada de ensino da Educação básica e Superior              

segunda-feira, 6 de março de 2023

MERCOSUL

 


Mercado Comum do Sul (Mercosul; em castelhano: Mercado Común del Sur, Mercosur) é uma organização intergovernamental regional fundada a partir do Tratado de Assunção em 26 de março de 1991. Estabelece uma integração regional, inicialmente econômica, configurada atualmente em uma união aduaneira, na qual há livre-comércio intrazona e política comercial comum entre os países-membros. Situados todos na América do Sul, sendo atualmente quatro membros plenos.

 

As origens do Mercosul estão ligadas às discussões para a constituição de um mercado econômico regional para a América Latina, que remontam ao tratado que estabeleceu a Associação Latino-Americana de Livre-Comércio (ALALC) desde a década de 1960. Esse organismo foi sucedido pela Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) na década de 1980. À época, a Argentina e o Brasil fizeram progressos na matéria, assinando a Declaração do Iguaçu (1985), que estabelecia uma comissão bilateral, à qual se seguiram uma série de acordos comerciais no ano seguinte. O Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, assinado entre ambos os países em 1988, fixou como meta o estabelecimento de um mercado comum, ao qual outros países latino-americanos poderiam se unir. Aderiram o Paraguai e o Uruguai ao processo e os quatro países se tornaram signatários do Tratado de Assunção (1991), que estabeleceu o Mercado Comum do Sul, uma aliança comercial visando a dinamizar a economia regional, movimentando entre si mercadorias, pessoas, força de trabalho e capitais.

 

Inicialmente foi estabelecida uma zona de livre-comércio, em que os países signatários não tributariam ou restringiriam as importações um do outro. A partir de 1° de janeiro de 1995, esta zona converteu-se em união aduaneira, na qual todos os signatários poderiam cobrar as mesmas quotas nas importações dos demais países (tarifa externa comum). No ano seguinte, a Bolívia e o Chile adquiriram o estatuto de associados. Outras nações latino-americanas manifestaram interesse em entrar para o grupo. Em 2004, entrou em vigor o Protocolo de Olivos (2002), que criou o Tribunal Arbitral Permanente de Revisão do Mercosul, com sede na cidade de Assunção (Paraguai), por conta da insegurança jurídica no bloco sem a existência de um tribunal permanente. Dentre acordos econômicos firmados entre o Mercosul e outros entes, estão os tratados de livre-comércio (TLC) com Israel assinado no dia 17 de dezembro de 2007 e com o Egito assinado em 2 de agosto de 2010.

Em 23 de maio de 2008 foi assinado o Tratado Constitutivo da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), composta pelos doze Estados da América do Sul e fundada dentro dos ideais de integração sul-americana multissetorial. A organização conjuga as duas uniões aduaneiras regionais: o Mercosul e a Comunidade Andina (CAN). O cargo de Secretário-geral da Unasul fornece à entidade uma liderança política definida no cenário internacional, sendo um primeiro passo para a criação de um órgão burocrático permanente para uma união supranacional, que eventualmente substituirá os órgãos políticos do Mercosul e da CAN.

Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América

 ALBA-TCP


Emblema da Aliança Bolivariana - Enigmaticland

Foi constituída na cidade de Havana, capital de Cuba, em 14 de dezembro de 2004, como um acordo entre Venezuela e Cuba, tendo as assinaturas dos presidentes de ambos países na época, Hugo Chávez e Fidel Castro. Este início deu-se pela colaboração de Cuba ao enviar médicos para ajudar no território venezuelano e pela colaboração da Venezuela ao abastecer Cuba com seu petróleo.

Atualmente a ALBA-TCP é composta por sete países, dos quais alguns possuem governos de cunho socialista. Além de Venezuela e Cuba, permanecem no bloco: Nicarágua, Bolívia, Dominica, Antigua e Barbuda e São Vicente e Granadinas.



BRASIL: DUAS CRISES E SEUS DILEMAS

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