CRISE EUROPEIA III
Então temos uma Europa que depende essencialmente
de si mesma para sobre viver.
E aí. Como fica?
Bem vejamos:
- Não há mercadorias baratas da China, ou vem sendo
reduzidas pelos próprios europeus;
O ouro da África, vários países africanos vêm
lembrando que é deles e tomando o que tem para si
- A energia barata, também por iniciativa da
Europa, sumiu. Aliás, mais um prego foi posto nesse caixão com o acordo entre
China e Rússia para a conclusão do Power Sibéria II, simplesmente um fluxo
absurdo de gás que vai fluir direto da Rússia, passando pela Mongólia e
chegando a China, por um prazo mínimo de 30 anos. O Power Sibéria II
destinava-se à Europa.
Assim a Europa vem declinado lenta, mas
constantemente ao log das últimas décadas.
No entanto
esse movimento para a perda de importância econômica da Europa sofreu uma
aceleração acentuada e continua a parti de 2022.
Trata-se da OMS (Operação Militar Especial) da
Rússia na Ucrânia. Em meu podcast e no blog já cometamos sobre esse evento, mas
faremos um novo post esclarecendo melhor essa questão.
O fato é que a OMS precipitou processos já em
andamento. Com a Operação russa em andamento a Europa se uniu aos EUA numa
série de sanções contra a Rússia. O efeito danoso dessas sanções foi
aprofundado pela explosão dos gasodutos NortStream I e II pelos EUA/Europeus.
Fato denunciado pelo jornalista estadunidense Simon Hertz, e afirmado em
declarações de autoridades estadunidenses em entrevistas.
O resultado de tais acontecimento vem sendo um
aprofundamento da crise europeia que, com os fatores mencionados anteriormente
vem assistindo suas economias descer ladeira abaixo.
A essa altura você pode, ok, mas, e os europeus, as
pessoas na Europa, como elas estão reagindo a esses eventos?
Vamos lá
- Os preços do gás na Europa tem subido,
dificultando a vida das pessoas. Num primeiro momento os governos europeus
adoram uma política de subsídios às famílias e as empresas para aliviar o
aumento do custo do gás. A capacidade dos governos fornecerem esses subsídios
secou.
- O preço dos alugueis estão muito elevados,
levando a uma crise de moradia. O irônico nisso é que se você quiser reclamar
de moradia na Alemanha por exemplo você deverá se encaminhar para a maior
proprietária de imóveis na Alemanha, a Blackstone, dos EUA. Os estados europeus
não têm investimento em moradias, isso é, praticamente tudo, setor privado. O
trabalhador alemão, britânico, português, espanhol e outros tem gasto mais de
50% de sua renda só para ter um teto, não necessariamente uma casa, onde dormir.
Adquirir uma casa proporia é praticamente impossível.
As pequenas e medias empresas na Europa estão sendo
sufocadas com os aumentos nos custos de produção. Mas, do outo lado, o sistema
financeiro, a ciranda, o grande cassino da especulação, das fintecs, das ações,
das criptomoedas, prosperam porque essa é a nova lógica do capital
hiperfinanceirizado que caracteriza a fase atual do capitalismo.




