Sem tecnologia para o
apartheid: funcionários do Google são presos por protestar contra o contrato de
US$ 1,2 bilhão da empresa com Israel.
Integra da matéria no Democracy now
Sem tecnologia para o
apartheid: funcionários do Google são presos por protestar contra o contrato de
US$ 1,2 bilhão da empresa com Israel.
Integra da matéria no Democracy now
A China está a construir
muitos veículos eléctricos e painéis solares e quer vendê-los a baixo custo
durante uma emergência climática – e devemos acreditar que isto é uma coisa má?
Michael Roberts é economista
na cidade de Londres e um blogueiro
prolífico .
Postagem cruzada do blog de
Michael Roberts
Artigo completo dessa excelente analise do Michael Roberts você encontra na Brave New Europe.
https://braveneweurope.com/michael-roberts-chinas-unfair-overcapacity
Eleições americanas
Entenda o processo
Primeiro, não há lei eleitoral
nos EUA, a legislação eleitoral é definida nos Estados e não são leis fixas. O
regulamente eleitoral é fluido, podendo mudar de uma eleição para outra. A
estrutura é montada para favorecer sempre a plutocracia no poder.
Quem pode se candidatar?
Qualquer um, para manter a aparência de democracia. Qualquer natural dos EUA
pode concorrer à presidência, claro que qualquer um tem chances zero de se eleger,
só integrantes da plutocracia, na prática, podem ser eleitos.
Primeira fase: As Primarias
De janeiro a junho cada
partido realiza um processo de escolha de candidatos, as primarias, nas quais todos os pretendentes de cada partido concorrem
entre si. Ou seja, em cada partido há uma competição para saber quem vai ser o
candidato do partido.
Os custos da campanha correm
por conta de cada candidato, não há financiamento público de campanha. Dessa
forma, cada candidato registra sua intenção na FEC (Federal Election Commission)
e se torna apto a angariar fundos.
Ai começam as restrições à
participação popular. Você precisa de muita grana para ser candidato. Na última
eleição, por exemplo, Biden gastou mais de 900 milhões, quase um bilhão de dólares.
The State of Capitalism: Economy, Society, and Hegemony
Resenha do livro de Mathew D.
Rose
Ao terminar The State of Capitalism: Economy, Society, and Hegemony, do professor de economia da SOAS Costas Lapavitsas e dos outros dez membros do Coletivo de Redação EReNSEP, minha pergunta era: por que não estão sendo escritos mais livros como este? Se você não é economista como eu, mas lê muito sobre economia política, existem inevitavelmente lacunas na informação que se adquire. Isso muitas vezes resulta na incapacidade de conectar os pontos, permitindo reconhecer o quadro geral. Lapavitsas e os seus colegas fornecem uma análise completa sobre a financeirização mundial e o papel dos estados centrais e da hegemonia dos EUA, concentrando-se no período que se segue à Grande Crise Financeira até hoje, mas sem ignorar as origens históricas destes desenvolvimentos.
Devo admitir que tenho uma predileção pelos economistas marxistas por livros como este, que cobrem um tópico tão amplo, pois possuem o foco e a disciplina necessários para realizar uma análise tão substancial. O Estado do Capitalismo, no entanto, não é dogmático, incorporando outras perspectivas heterodoxas. Costas Lapavistas é um analista e escritor perspicaz, o que lhe permite executar um projeto como este com o que parece ser uma grande facilidade. Com as contribuições dos demais membros da EReNSEP, o livro apresenta um grande conhecimento aprofundado em diversos temas.
O livro está dividido em três partes. A primeira, “Emergência de Saúde Imprevista”, que analisa as respostas caóticas dos governos dos principais países à pandemia de Covid, resultado de políticas de saúde pública neoliberais. Isto inclui o regime autoritário resultante dos mesmos governos durante a pandemia e a transformação do desastre num boom económico para a anteriormente tão criticada Grande Indústria Farmacêutica. Como aprenderemos mais adiante neste livro, a crise financeira que se seguiu seria um benefício igual para a indústria financeira nos países centrais. Esta seção compõe apenas cerca de 20 páginas deste trabalho de 360 páginas. Não é claro por que razão foi dada tanta importância a isto, embora a pandemia continue a reaparecer ao longo do livro como uma espécie de metáfora para o desastroso desenvolvimento político, económico e ambiental do capitalismo ocidental.
“Estados e Capitais na Economia Mundial” é a terceira e última parte do livro. Isto centra-se principalmente na relação política e económica entre as nações centrais e periféricas, especialmente o papel hegemónico dos Estados Unidos e levanta a questão de até que ponto isto está a ser ameaçado pelas nações periféricas, especialmente a China. O livro aparentemente foi escrito antes do recrudescimento e expansão dos BRICS, mas se enquadra perfeitamente na análise dos autores.
Esta hegemonia dos EUA está atualmente a ser desafiada, em grande parte devido à ação dos próprios EUA. Não só permitiu e apoiou a ascensão económica da China, que se tornou um sério concorrente geopolítico e económico, mas também o seu congelamento arbitrário das reservas em dólares do banco central russo diminuiu a credibilidade do dólar americano como moeda mundial.
Os autores dedicam secções desta
parte do livro a “O Desafio Hegemónico Chinês”, “A Doença da Europa” e “A
Ecologização do Capitalismo”, o último dos quais trata da destrutividade
ambiental inerente ao capitalismo e da tentativa destes mesmos atores lucrarem
com a luta contra a crise climática que eles próprios criaram e continuam a
perpetrar.
O livro termina com um apelo aos esquerdistas para que desenvolvam um programa político como alternativa ao capital privado, permitindo uma intervenção forte para restaurar não só a justiça social e económica, mas também a democracia.
Publicado originalmente no Brave New Europe
![]() |
Saná Capital do Iêmen |
Historicamente, o golfo de
Áden era conhecido como "golfo de Berbera", em alusão à antiga cidade
portuária somali, situada na margem sul do golfo, na atual Somalilândia.
Todavia o desenvolvimento da cidade de Adem, durante a era colonial, fez com
que o nome de "golfo de Aden" prevalecesse sobre a antiga
denominação.
Este mar marginal foi formado
há cerca de 35 milhões de anos, com a separação das placas tectónicas africana
e arábica e faz parte do sistema do grande vale do Rift.
O golfo de Aden é uma via
marítima essencial para o petróleo do golfo Pérsico, tornando-o muito
importante para a economia mundial. Possui muitas variedades de peixes, corais
e outras criaturas marinhas, devido a sua baixa poluição. Os principais portos
são Aden (no Iémen), Berbera e Bosaso (ambos na Somália).
Ele não é considerado seguro,
visto que a Somália que lhe é limítrofe, é um país instável, e o Iêmen não
possui forças de segurança suficientes na região. É uma das principais áreas de
pirataria mundial, extremamente perigosa para a navegação. Além disso, vários
ataques da guerrilha iemenita foram efetuados no golfo, como o do USS Cole.
Hutis (al-hutis ou houthis, em
alusão ao nome dos seus dirigentes, Hussein Badreddine al-Houthi e seus irmãos)
é a denominação mais comum do movimento político-religioso Ansar Allah, (em
árabe: 'partidários de Deus') maioritariamente xiita zaidita (embora inclua
também sunitas) do noroeste do Iêmen.
Hussein Badreddin al-Houthi,
líder do grupo, foi morto em setembro de 2004, por forças do exército iemenita.
Outros integrantes da liderança houthi, incluindo Ali al-Qatwani, Abu Haider,
Abbas Aidah e Yousuf al-Madani (um genro de Hussein al-Houthi) também foram
mortos pelas forças governamentais iemenitas.]
Em 2014, apoderaram-se de uma
grande parte do país, incluindo a capital Saná. Em março de 2015, a Arábia
Saudita criou uma coligação militar composta por cerca de quinze países, entre
os quais os Emirados Árabes Unidos e o Egito, para derrotar os Houthis e repor
no poder o governo do Presidente exilado Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi. Os Houthis
mantiveram o controlo do antigo Iémen do Norte.
Parte do grupo tem sido
referida como um "poderoso clã", denominado Ash-Shabab al-Mu'min ( em
português, Jovens Crentes) .
A seguir um texto sobre a história
da divisão política do Iêmen publicado originalmente no site https://www.doisniveis.com/oriente-medio/iemen-a-historia-de-um-pais-dividido/.
Trata-se de um texto
descritivo e que vem bem a propósito do nosso blog.
Para um entendimento mais analítico
ouça nosso podcast em
https://podcasters.spotify.com/pod/show/isaiasalmeida
GUERRA NA UCRÂNIA
POR: ISAIAS ALMEIDA*
RESUMO
De dezembro de 2021 a janeiro
de 2022, a Rússia tentou forçar uma negociação com o Ocidente para resolver a
questão do armamento constante da Ucrânia, argumentando que isso colocava em
risco a segurança da Rússia. Isso ocorreu depois de a Ucrânia, por instigação do
Ocidente, continuar a se armar e atacando as regiões de maioria russa dentro
da própria Ucrânia. Estimativas da ONU dão conta de 10 mil mortos nesses
ataques desde 2014, quando um golpe na Ucrânia destituiu um presidente pró Rússia colocando em seu lugar um presidente pró Ocidente. Na época, Odessa foi
duramente castigada por resistir ao golpe e a Crimeia, depois de um plebiscito,
decidiu ficar com a Rússia.
Houve uma frenética insistência
Russa, inclusive com a divulgação, que a mídia Ocidental fez questão de
ignorar, de documentos enviados a Washington pela chancelaria russa, pedindo
uma rodada de negociações para evitar o pior.
Diante das negativas do
Ocidente a Rússia foi forçada a entrar na Ucrânia para proteger o Dombas, região
de maioria Russa. Assim, em fevereiro de 2022, tropas russas entraram em Donetsk,
Karkov e outras regiões, o exército russo avançou até perto de Kiev, capital da
Ucrânia. A essa altura a Rússia ainda queria evitar a guerra, já que na visão
dos russos trata-se de uma guerra civil, são povos eslavos, com raízes no império
russo.
Em março de 2022, a Rússia
busca negociações para evitar a continuação das hostilidades, mas uma ação
efetiva de Boris Johnson e dos EUA frustram as tentativas de negociação. Assim
começa a guerra.
A Rússia invade os territórios
e vários são anexados, mas a Ucrânia devidamente armada e treinada pelo
Ocidente reage, reconquistam pequenas áreas, mas não detém o avanço russo.
Nesse ponto é preciso
esclarecer, o Ocidente apostou nesse conflito com a esperança de quebrar a resistência
russa à uma integração subordinada aos interesses da OTAN e dos EUA. Não
funcionou.
Vejamos os objetivos do
Ocidente:
- Desgastar a capacidade
militar russa;
- Destruir a economia russa através de pesadas sansões;
- Criar uma crise interna de
tal ordem que levasse a queda de Wladimir Putin.
Bem, nenhum dos três objetivos
foram alcançados.
A indústria militar russa se reestruturou
mais rápido do que o previsto, além de ter em alguns campos, uma clara vantagem tecnológica
em relação ao Ocidente.
As sansões contra a economia
russa provocou dois efeitos: levou a Rússia a aumentar seu comércio com Oriente
e a Ásia, graças as suas imensas reservas de gás e petróleo e produtos agrícolas e,
uma economia que se mostrou bastante resiliente aos boicotes ocidentais, além
de ter capacidade de substituição de importações acima do esperando no Ocidente.
Acordos de longo prazo foram
assinados entre Rússia e China e entre Rússia e Índia, uma maior aproximação
com o Irã e a Coreia do Norte, garantiram a Rússia inclusive acesso a mais
armamentos.
Enquanto as economias da Zona
do euro despencam a Rússia vai ter crescimento. Asa previsões desse ano para o
ano 2023 são de 2,8 para Rússia e 0,6 para a zona do euro
Outro efeito das sanções foi provocar,
acelerar a crise na Europa A questão habitacional se tornou crônica. Na década
de 1970 os europeus gastavam em média 1/5 do salário com aluguel, hoje pode
variar de 50 a 70%, a solução para muitos tem sido se mudar para longe dos centros
urbanos e vivenciar o que os trabalhadores do mundo em desenvolvimento
vivenciam, ter que passar horas no transporte para o trabalho. Para o europeu
é uma experiência nova.
A destruição dos Nortstream, os
grandes gasodutos partindo da Rússia com destino ao resto da Europa,
orquestrada pelos EUA, colocou a Europa numa situação crítica, tendo que pagar
aos americanos um valor até 7 vezes maior que o oferecido pelos russos. A classe
trabalhadores nesses países é quem está sofrendo as consequências dessa
estupidez.
Quanto a crise interna na
Rússia com a derrubada de Putin, também não correu como previsto nos sonhos
molhados dos otanicista e atlanticista.
Putin enfrentou uma tentativa
de motim, organizada por Prigozhin, o homem do PMC Wagner, empresa privada
militar, importante na conquista de Barkmut, o motim foi facilmente debelado e
Prigozhin acabou morto. O episódio reforçou a autoridade de Putin e ao que tudo indica,
uniu ainda mais o país.
No terreno militar as coisas
não vão nada bem para as forças Ocidentais. Em julho de 2023 foi anunciada, com
pompa e circunstância, uma contraofensiva ucraniana que poria a Rússia de
joelhos. Nós estamos em janeiro e, nada ainda.
A tal contraofensiva se
deparou com uma bem armada defesa Rússia em toda a linha de contato. O exército
ucraniano se viu preso em um moedor de carne em Barkhmut, (Artemovsk em russo). Depois de pesadas perdas em homens e equipamentos por parte dos ucranianos, a
Rússia tomou Barkhmut, e agora mais recentemente conquistou Marinka e avança
para Adveevka.
A questão militar será objeto
de um boletim a parte.
Ah mais isso é com a Rússia.
Acontece que a Rússia é uma potência nuclear, se faz isso com a Rússia, o que não
fará conosco? Veja a Venezuela, foi literalmente roubada. Ai já viu, um monte
de gente fez fila nas portas dos BRICS.
2023 marca um momento em que o grito de liberdade se transformou na seguinte
expressão: Desdolarização. Resultado, a 20 anos atrás 70% das transações internacionais
entre países eram feitas em dólar, hoje está em 50%. Só não caiu mais ainda por que a
China tem zilhões de ativos em dólar, mas tanto China quanto outros países vêm
diminuindo sua participação na farra que os EUA fazem com sua moeda.
Os BRICS tomaram um novo
folego ao serem vistos cada vez mais com uma alternativa ao ”mundo baseado em
regras do Ocidente”, as regras deles, para benefício deles claro.
Como está cada vez mais
evidente que a guerra na Ucrânia não vai dar os frutos pretendidos o Ocidente
se volta cada vez mais para a crise no Oriente Médio, para além do genocídio em
Gaza, está a questão de controlar o Oriente. Durante muito tempo os EUA nadaram
de braçada na região, manietando os conflitos regionais a seu bel prazer.
Um dos atos mais perversos foi o ataque ao Iraque para que este se pusesse sob seu
controle. Fracassou na medida em que, mesmo derrubando Saddam com toda sorte de
mentiras, não conseguiu estabelecer um controle efetivo da região. O Iraque, pós
invasão, se tornou uma terra arrasada com altas no custo de vida, parte da
população na pobreza quase absoluta, e nada de reconstrução do país, muito
menos da sua economia. Resultado, o Iraque está cada vez mais próximo da China
e da Rússia, com o atual governo trabalhando ativamente para se livrar de uma vez
por todas, da presença militar americana.
O Afeganistão vivou um
atoleiro do qual os EUA saíram com o rabo entre as pernas, e gente pendurada nos
aviões.
A Síria foi destruída por puro
capricho, sem nenhuma necessidade, sem nenhum ganho visível, para o povo sírio certamente
não, está sendo salva pela Rússia, que está ajudando o país a lutar contra
terroristas manietados pelos EUA.
Enfim onde o império colocou
suas botas, não cresceu prosperidade, não melhorou a vida das pessoas, nem ele
conseguiu se estabelecer de forma consistente.
A bola da vez é a Palestina e,
logo ali na esquina, Taiwan.
Verdadeiro genocídio
Israel é culpado de
verdadeiro genocídio, pelo menos parcial, porque a Convenção para a Prevenção e
Punição do Crime de Genocídio oferece a seguinte definição no seu Artigo II:
“Na presente Convenção,
genocídio significa qualquer um dos seguintes atos cometidos com a intenção de
destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso,
como tal:
a) assassinato de
membros do grupo;
b) lesão grave à
integridade física ou mental dos membros do grupo;
c) submeter
deliberadamente o grupo a condições de vida destinadas a provocar a sua
destruição física, total ou parcial;
d) medidas destinadas a
prevenir nascimentos dentro do grupo;
e) transferência forçada de crianças de um grupo para outro. ”
Deixando de lado o
elemento indescritível da “intenção”, é claro que a, b e c se aplicam ao caso
palestiniano. Na verdade, à questão colocada pela Time, Raz Segal, um judeu
israelita que vive nos Estados Unidos e dirige o programa de estudos do
Holocausto e do genocídio na Universidade de Stockton, responde que a operação
desencadeada por Netanyahu contra Gaza "é um caso clássico de
genocídio". Até mesmo uma comissão de peritos das Nações Unidas conclui
que "os palestinianos correm grave risco de genocídio", e o
presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, tal como muitos líderes árabes,
condenou Israel pelos seus crimes de guerra e, explicitamente, pela tentativa
de genocídio.
ATO I A saída defenestrada do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, encerra um capítulo vergonhoso do atual governo Lula. O...