quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

O NASCIMENTO DO SUL GLOBAL

 

Malala Andrialavidrazana, Figures 1799, Explorers’ routes , 2015.
Como vimos nos posts anteriores, tínhamos o reinado absolutos do
s EUA nos organismos multilaterais ocidentais.  A EU da qual falamos por último é, na pratica governada, pela Comissão Europeia, organismo não eleito e controlado indiretamente pelos EUA também.

Assim sendo, no que diz respeito ao Ocidente, podemos dizer:

Ocidente Otanicista  e estaremos nos referindo aos países que se alinham à OTAN sob domínio norte americano  

Podemos dizer atlanticistas  e estaremos nos referindo aos países que se alinham sob domínio norte americano  

Isso começa a mudar em algum momento da década de 1990, justamente no período em que o mundo parecia ser unipolar, já que a União Soviética tinha desaparecido, o comunismo fora derrotado pelo Neoliberalismo, não havia ninguém para desafiar o grande Hegemon, leia-se domínio americano.

Mas então.... A História acabou…. Não há mais nada a fazer a não ser se colocar em conformidade com o grande irmão?

Não. Primeiro vieram uns malucos do 11 de setembro. Me desculpe quem discorda, mas atentados terroristas são sempre terríveis, dessumamos, coisa de maluco no mal sentido.

Depois aÍ sim, começaram a surgir encontros, ideias, novas organizações, novas possibilidade, novos arranjos internacionais que nos levaram ao momento atual.

Mas isso é assunto para os próximos posts

Diferença entre UE , CE, PE, Zona do Euro, BCE

Bom, já tendo concluído, objetivando nosso público leigo, um passeio pelas principais organizações multilaterais fortemente influenciadas e /ou controladoras pelos EUA , vamos finalizar dando uma olhada superficial, introdutória, claro, na Europa.

Diferença entre UE , CE, PE, Zona do Euro, BCE

fonte: Site oficial da UE


A União Europeia (UE) é uma união económica e política de 27 Estados-membros independentes situados principalmente na Europa. A UE tem as suas origens na Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) e na Comunidade Económica Europeia (CEE), formadas por seis países em 1957. Nos anos que se seguiram, o território da UE foi aumentando de dimensão através da adesão de novos Estados-membros, ao mesmo tempo que aumentava a sua esfera de influência através da inclusão de novas competências políticas. O Tratado de Maastricht instituiu a União Europeia com o nome atual em 1993. A última revisão significativa aos princípios constitucionais da UE, o Tratado de Lisboa, entrou em vigor em 2009. Bruxelas é a capital de facto da União Europeia.

A UE atua através de um sistema de instituições supranacionais independentes e de decisões intergovernamentais negociadas entre os Estados-membros. As instituições da UE são a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu, o Conselho da União Europeia, o Conselho Europeu, o Tribunal de Justiça da União Europeia, o Tribunal de Contas Europeu e o Banco Central Europeu. O Parlamento Europeu é o único órgão diretamente eleito, a cada cinco anos, pelos cidadãos da UE.

A UE instituiu um mercado comum através de um sistema harmonizado de leis aplicáveis a todos os Estados-membros. No Espaço Schengen (que inclui 22 Estados-membros e 4 estados não membros da UE) foram abolidos os controlos de passaporte. As políticas da UE têm por objetivo assegurar a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais, legislar assuntos comuns na justiça e manter políticas comuns de comércio, agricultura, pesca e desenvolvimento regional. A Zona Euro, a união monetária, foi criada em 1999 e é atualmente composta por 19 Estados-membros. Através da Política Externa e de Segurança Comum, a UE exerce um papel nas relações externas e de defesa. A UE tem em todo o mundo missões diplomáticas permanentes, estando representada nas Nações Unidas, na Organização Mundial do Comércio (OMC), no G7 e no G-20. Com uma população total de aproximadamente 448 milhões de pessoas, o que representa 5,7% da população mundial, a UE gerou um produto interno bruto (PIB) de 12,2 mil milhões * de euros em 2010, o que representa cerca de 20% do PIB global, medido em termos de paridade do poder de compra.

Em 2012, a União Europeia foi laureada com o Nobel da Paz, entregue pelo Comité Nobel "por ter contribuído ao longo de mais de seis décadas para o avanço da paz e da reconciliação, democracia e direitos humanos na Europa". No anúncio do prémio, o Comité referiu que "o terrível sofrimento durante a Segunda Guerra Mundial provou a necessidade de uma nova Europa. (...). Hoje, uma guerra entre a França e a Alemanha é impensável. Isto mostra que, através da boa vontade e construção de confiança mútua, inimigos históricos podem transformar-se em aliados."

No início, eram apenas 6 países:

  • Alemanha
  • Bélgica
  • França
  • Itália
  • Luxemburgo
  • Países Baixos

Hoje, fazem parte da União Europeia 27 países.
Estes países são:

  • Áustria
  • Bélgica
  • Bulgária
  • Croácia
  • Chipre
  • Chéquia
  • Dinamarca
  • Estónia
  • Finlândia
  • França
  • Alemanha
  • Grécia
  • Hungria
  • Irlanda
  • Itália
  • Letónia
  • Lituânia
  • Luxemburgo
  • Malta
  • Países Baixos
  • Polónia
  • Portugal
  • Roménia
  • Eslováquia
  • Eslovénia
  • Espanha
  • Suécia

sábado, 17 de dezembro de 2022

Europa zangada


Leia o artigo na íntegra aqui

G20

G20 (abreviatura para Grupo dos 20) é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. Foi criado em 1999, após as sucessivas crises financeiras da década de 1990. Visa favorecer a negociação internacional, integrando o princípio de um diálogo ampliado, levando em conta o peso econômico crescente de alguns países, que, juntos, representam 90% do PIB mundial, 80% do comércio mundial (incluindo o comércio intra-UE) e dois terços da população mundial. O peso econômico e a representatividade do G-20 conferem-lhe significativa influência sobre a gestão do sistema financeiro e da economia global.

O G-20 estuda, analisa e promove a discussão entre os países mais ricos e os emergentes sobre questões políticas relacionadas com a promoção da estabilidade financeira internacional e encaminha as questões que estão além das responsabilidades individuais de qualquer organização.

Com o crescimento da importância do G-20 a partir da reunião de 2008, em Washington, e diante da crise econômica mundial, os líderes participantes anunciaram, em 25 de setembro de 2009, que o G-20 seria o novo conselho internacional permanente de cooperação econômica, eclipsando o G8, constituído até então pelas sete economias mais industrializadas no mundo e a Rússia.

Ouça nosso podcast sobre o artigo de Pepe Escobar onde ele questiona o futuro do G20.


sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

G7

 Bem , já que eu comecei a relembrar aqui as instituições multilaterais ligadas ao grande capital vamos completar com duas organizações bastante em moda ultimamente: O G7 e o G20.

 O Grupo dos Sete (G7) é o grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, embora a União Europeia também esteja representada. Esses países são as sete economias mais avançadas do mundo, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), os quais representam mais de 64% da riqueza líquida global, equivalente a 263 trilhões de dólares estadunidenses. A grande riqueza líquida nacional e índice de desenvolvimento humano (IDH) extremamente elevado são algumas das principais características dos membros deste grupo. Eles também representam 46% do produto interno bruto (PIB) global avaliado as taxas de câmbio do mercado e 32% da paridade do poder de compra (PPC) global. Em março de 2014, a Rússia foi expulsa do grupo após ter anexado a Crimeia ao seu território, e assim o grupo passou a ter sete integrantes (G7) novamente.

Foi o presidente francês Valéry Giscard d’Estaing que, em 1975, tomou a iniciativa de reunir os chefes de Estado ou de governo da Alemanha, dos Estados Unidos, do Japão, da Itália, do Reino Unido, em Rambouillet, na região de Paris. Foi inicialmente um G6. A ideia era que esses dirigentes se reunissem sem o acompanhamento de um exército de conselheiros, para discutir a respeito das questões mundiais (dominadas na época pela crise do petróleo) com toda a franqueza e sem protocolo, num ambiente descontraído.

Depois do sucesso da reunião de cimeira de Rambouillet, essas reuniões passaram a ser anuais e o Canadá foi admitido como sétimo membro do grupo na cimeira de Porto Rico, em 1976.

Os trabalhos do grupo evoluíram muito ao longo dos anos, levando em consideração novas necessidades e eventos políticos. Esse fórum, que, originalmente, girava essencialmente em torno do ajuste das políticas econômicas de curto prazo entre os países participantes, adotou uma perspectiva mais geral e mais estrutural, acrescentando à sua ordem do dia um grande número de questões políticas e sociais, particularmente na área do desenvolvimento sustentável e da saúde em escala mundial. O caráter informal do grupo permitiu-lhe evoluir sem deixar de ser eficiente e adequado às necessidades.

Os dados sobre tamanho econômico do G7 requer uma atualização que faremos posteriormente.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

NEOFASCIMO, SUBPRODUTO DO NEOLIBERALISMO



Recentemente,  estivemos em contato com o pessoal do Brave new Europa  , conversamos sobre a colaboração nessa nossa empreitada de entender esse universo de transformações que estamos vivendo. O resultado disso é nosso redirecionamento para alguns artigos fundamentais  de colaboradores do BNE como Boaventura e Chomsky.

Recomento muito fortemente a leitura desse artigo em forma de uma entrevista com o Noam Chomsky sobre a emergência do fascismo no mundo atual .

O terreno está bem preparado para o neofascismo preencher o vazio deixado pela guerra de classes forjada pelo neoliberalismo, diz Chomsky

Leia aqui  

domingo, 11 de dezembro de 2022

O que é um Think Tank?

 

Um laboratório de ideias, think tank, gabinete estratégico, centro de pensamento ou centro de reflexão é uma instituição ou grupo de especialistas de natureza investigativa e reflexiva cuja função é a reflexão intelectual sobre assuntos de política social, estratégia política, economia, assuntos militares, de tecnologia ou de cultura.

 

De acordo com o escritor norte-americano Paul Dickson (1972), think tanks podem ser chamados de fábricas de ideias. Também podem ser traduzidos como círculo de reflexão ou laboratório de ideias. Think, na língua inglesa, pode ser traduzido como ‘pensar’; já a palavra tank significa ‘tanque’, ‘reservatório’, por isso o termo think tank pode ser traduzido como ‘grupo de reflexão’, ‘laboratório/fábrica de ideias’, como mencionado anteriormente. O “2017 Global Go To Index Report” considera think tanks como “organizações de análise e compromisso de pesquisa sobre políticas públicas”.

 

Inicialmente, a tentativa de encontrar um significado satisfatório dessa expressão chegou à conclusão que think tank seria uma associação de indivíduos especializados, formando instituições e/ou organizações, proporcionando pesquisas e discussões sobre assuntos políticos, econômicos, estratégicos, englobando também diversos outros temas, sendo estas pesquisas tanto sobre problemas domésticos quanto internacionais. Os institutos de pesquisa normalmente são organizações sem fins lucrativos, mas também podem ser subsidiados por governos, corporações ou grupos de advocacia. São formados “como instituições permanentes e contínuas, não servindo como comissões ad hoc”. Os think tanks, dessa forma, estruturam-se para produzir conhecimento sobre um tempo indeterminado, não sendo formados para uma situação em especial. Alguns países possuem políticas de incentivo a essas instituições, como é o caso da isenção de impostos no Imposto sobre o Rendimento no Canadá, fornecida aos think tanks desde que sejam apartidários, de acordo com McGann e Weaver (2002). Em 2010, existiam cerca de 6.846 think tanks ao redor do globo segundo o “2017 Global Go To Index Report” (2018).

Wikipédia

OS VENTOS DA MUNDANÇA 2


 

Na década de 1990, com a queda da URSS, os EUA assumem o posto de única superpotência constituindo assim o chamado mundo unipolar sob liderança americana.

Charge publicada no Global Times

Nesse contexto se intensificam as pressões pela abertura da economia mundial. A intensificação da globalização tendo como carro chefe o capital financeiro norte americano produziu resultados curiosos e inesperados como o crescimento vertiginoso da economia da China, da Coreia e outras regiões da Ásia.

Nesse período, a agenda americana para o mundo ainda insistia na liberalização das economias dos demais países e sua abertura à uma maior penetração do capital com vistas a aumentar suas taxar de lucro, privatizando a exploração dos recursos naturais dos países de interesse dos EUA, e mesmo dos serviços públicos: serviços como água, energia, previdência social, correios, saúde e educação.

Ai...aí começam os problemas. Para que a agenda americana fosse implementada era necessário que países em desenvolvimento, portadores de grandes reservas naturais, recursos estratégicos como alguns minérios abraçassem essa agenda. Mas alguns disseram não.

- Rússia. Com o fim da União Soviética, a passou por mal bocados, vista de longe e pela lente do Ocidente, parecia uma pais destroçado, acabadão ou como teria dito Obama “um grande posto de gasolina” nada além disso.

Acontece que a Rússia é um dos 5 maiores países do mundo em extensão, possui reservas imensas de diversos minerais, é um dos maiores produtores de petróleo e gás natural do mundo. Depois da farra dos Harvard boys e do desastroso governo do bêbedo do Yeltsin, a Rússia começa a se recuperar e retoma o posto de grande potência, com um surpreendente desenvolvimento tecnológico, recuperação econômica, aumento de reservas e mesmo a liderança em alguns setores da tecnologia militar, a exemplo dos misseis hipersônicos.   

- China. A China foi a principal beneficiaria do processo de globalização, isso foi ficando evidente nas duas últimas décadas. Além disso a China passou a ser um competidor sérios e várias áreas tecnológicas, liderando várias cadeias de produção industrial e, na fronteira da tecnologia de ponta, iniciando o desenvolvimento da principal indústria que é, hoje, a indústria dos semicondutores

- Índia. A Índia sempre manteve uma política de não se comprometer com a URSS nem com os EUA, segue essa política no novo contexto. Mas as ações/pressões norte americanas para adesão a uma agenda privatista também entra ali uma forte resistência. A Índia vem passando por forte movimento de crescimento econômico há alguns anos.

Diante desse cenário a liderança americana decidiu partir para o ataque. Primeiro retomar o controle sobre a produção de petróleo ou ao menos de amplas reservas de petróleo. É nesse contexto que entendemos os ataques a Síria, Iêmen, Iraque, Afeganistão e Líbia.

Daí que as gerações atuais têm visto e ouvido falar em uma verdadeira sopa de letrinhas e, como este é um foco desse blog, vamos dissecar, nos próximos posts, cada uma delas para vocês

FILME: RASTROS DE UM CRIME

  Rastros de um crime (2021), dirigido por Erin Eldes     Não é um rambo, ou o glamour das altas esferas da sociedade estadunidense. P...